“Eu deixo um apelo ao meu irmão [Mariano] Nhongo para que ele volte à razão. Não há razão para alguém pegar em armas porque há diferenças dentro do partido”, disse Ossufo Momade, numa viagem de trabalho à província da Zambézia, citado hoje pela Televisão de Moçambique.
Em causa estão os ataques armados nas províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, incursões que já provocaram a morte de, pelo menos, 24 pessoas desde agosto do último ano, e têm sido atribuídas a um grupo dissidente do principal partido de oposição (autoproclamado Junta Militar da Renamo), liderado por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha que contesta a liderança do partido e exige um novo acordo de paz.
Para o presidente da Renamo, o recurso às armas para resolver diferenças dentro do partido não faz sentido, tendo em conta que a principal força de oposição moçambicana tem órgãos para resolver problemas internos.
“Se [a pessoa] não quiser falar com Ossufo, que fale com os órgãos do partido para que os seus problemas sejam solucionados. Não há razão para alguém pegar em armas”, frisou o presidente da Renamo, acrescentando que todo o guerrilheiro da Renamo deve aproveitar agora o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), resultante do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em agosto do último ano.
Depois de um arranque simbólico no ano passado, o DDR esteve paralisado durante vários meses, tendo sido retomado em 04 de junho.
De um total de 5.000 membros do braço armado do maior partido da oposição que deverão ser abrangidos, 1.075 já entregaram as armas no âmbito dos entendimentos.
Apesar de progressos registados no processo, a autoproclamada Junta Militar da Renamo continua uma preocupação para as duas partes, sendo acusada de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estradas da região centro do país.
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