"O Comité de Relações Internacionais e Cooperação foi informado sobre a situação da segurança em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, e o seu impacto nos objetivos da política externa da África do Sul para uma região segura e pacífica da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)", refere em comunicado publicado no sítio oficial da internet do parlamento sul-africano.
"Este conflito trouxe para casa uma realidade de que não estamos imunes a conflitos no nosso país e em toda a região [Austral do continente]", declarou a presidente do comité, Tandi Mahambehlala, citada na nota sobre a reunião, realizada na quinta-feira.
Segundo o comunicado, a parlamentar considerou que “a ameaça emergente em Moçambique é uma questão de grande preocupação e também uma ameaça para a região da SADC" na sequência dos ataques por grupos armados desde outubro de 2017 no norte do país vizinho.
De acordo com o comunicado, o comité parlamentar sul-africano sublinhou a importância de a África do Sul "agir dentro do coletivo da SADC, e para o país se mover em uníssono com a região e o continente na abordagem desta questão."
"O comité reiterou que a abordagem da SADC é que Moçambique deve traçar um ‘road map' [roteiro], detalhando o tipo de assistência que irá requerer da SADC, e todos os membros da SADC irão consequentemente ver onde e como podem ajudar", lê-se no comunicado.
O comité pede ainda que o Governo sul-africano explique as implicações do problema na região e como é que a diplomacia sul-africana “é utilizada para mitigar a escalada do conflito antes que se espalhe por toda a região".
O Estado Islâmico (IS, na sigla em inglês) advertiu retaliar recentemente Pretória, através de um boletim informativo em árabe, citado pela imprensa sul-africana, caso se envolva militarmente no conflito em Cabo Delgado.
O conflito armado no norte de Moçambique, o segundo desde a independência de Portugal em 1975, já causou a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas e 250 mil deslocados.
Várias entidades internacionais já classificaram os ataques como uma ameaça terrorista e algumas das ações foram reivindicadas pelo grupo extremista Estado Islâmico.
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