Autoridades moçambicanas reiteram que Zimbabwe não abriu barragens nas inundações de Março

09:13

As autoridades moçambicanas asseguraram nesta segunda-feira, 23, que os mecanismos de troca de informação fluvial com o Zimbabwe “continuam fiáveis” e que não há informação de abertura de comportas de barragem por Harare, que, segundo se chegou a dizer, estariam na origem das inundações que fustigaram o centro do país, após a passagem do ciclone idai.
Autoridades moçambicanas reiteram que Zimbabwe não abriu barragens nas inundações de Março


Moçambique e Zimbabwe partilham, na região centro, as bacias do Save, Búzi e Pungue, os últimos dois provocaram destruições severas nos distritos de Búzi (Sofala) e Sussundenga e Mossurize (Manica), devido ao transborde dos seus caudais, arrastando pessoas, casas, pontes e culturas agrícolas, além de ter inundado aldeias inteiras.

“O Zimbabwe também foi surpreendido (pela devastação)”, disse Cacilda Machava, directora geral da Administração Regional de Águas do Centro (Ara-centro), afiançando que os dois países estão agora a preparar a assinatura do acordo de partilha das águas do Búzi.
A responsável disse que no Zimbabwe, o ciclone Idai provocou uma precipitação recorde de 600 milímetros em 24 horas - quase o equivalente a toda estacão chuvosa do ano – a 15 de Março, e que a falha nas comunicações não permitiu que aquele país enviasse uma informação de emergência (via whatsap), sobre a ocorrência, para Moçambique.
“O Zimbabwe também sofreu, o que nos sofremos aqui com o ciclone idai. O nosso sistema de comunicação ficou afectado, e também do Zimbabwe, ou seja, por mais que Zimbabwe, tivesse condições de nos informar era difícil comunicar aquilo que estava a acontecer lá”, frisou Cacilda Machava, referindo-se ao apagão, na rede de comunicações e eléctrica, logo depois da entrada do ciclone ao continente.
Moçambique, disse, ainda não conseguiu quantificar a chuva que caiu na zona transfronteiriça de Chimanimani – a zona montanhosa mais castigada do lado do Zimbabwe – devido à destruição da estacão de medição pluvial.
Cacilda Machava reconheceu, contudo, que o ciclone Idai foi um fenómeno novo, com níveis de precipitação nunca antes vistos nos últimos 20 anos.

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