OMS alerta que progressos contra o sarampo estão ameaçados

14:25

 O PROGRESSO mundial contra o sarampo está ameaçado, no meio da pandemia da Covid-19, considera a Organização Mundial de Saúde (OMS), dando conta do maior aumento do número de crianças não vacinadas em 20 anos.



De acordo com a OMS e o Centro de Controlo de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, há lacunas críticas na vacinação e na vigilância da doença, que aumentam o risco de surtos de sarampo e colocam vidas em risco. 


Em 2020, mais de 22 milhões de crianças perderam a primeira dose da vacina contra o sarampo, mais três milhões do que em 2019, o que representa o maior aumento em duas décadas e cria “condições perigosas para a ocorrência de surtos”.


Face ao ano anterior, os casos de sarampo notificados baixaram mais de 80% em 2020.


No entanto, a vigilância do sarampo também se deteriorou, com o menor número de amostras enviadas numa década. 


“A fraca monitorização, testagem e registo de casos colocam em risco a capacidade dos países para prevenirem surtos desta doença altamente infecciosa”, lê-se em comunicado  divulgado na semana passada.


Os principais surtos de sarampo ocorreram em 26 países e representam 84% de todos os casos reportados em 2020. 


“Largos números de crianças não vacinadas, surtos de sarampo, e meios de detecção e diagnóstico desviados para apoiar a resposta à Covid-19 são factores que aumentam a probabilidade de mortes relacionadas com o sarampo e complicações sérias em crianças”, disse Kevin Cain, director do CDC para a Imunização Mundial, citado no comunicado.


O mesmo responsável defende que é preciso agir agora para reforçar os sistemas de vigilância da doença e corrigir as falhas na imunidade, antes de as viagens e o comércio retomarem os níveis pré-pandemia, para prevenir surtos fatais de sarampo e mitigar o risco de outras doenças preveníveis por vacinas.


O baixo número de casos reportado em 2020 “não deve mascarar” o risco crescente do sarampo para as crianças do mundo, alerta.


A capacidade de os países assegurarem que as crianças recebem as duas doses recomendadas da vacina é um indicador chave de progresso global, rumo à eliminação do sarampo e à eficácia na prevenção e na propagação do vírus. (LUSA)  

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