O último Presidente sul-africano do regime Apartheid, Frederik Willem de Klerk, perdeu a vida nesta hoje, vítima de mesotelioma, tipo de ca...
As comemorações do dia da Cidade de Maputo, que esta quarta-feira celebrou os 134 anos de elevação à categoria de cidade, continuam este sábado, com a realização da tradicional prova da travessia Maputo-Catembe.
A prova, organizada pela Associação de Natação da Cidade de Maputo, terá o seu ponto de partida a ponte cais de Maputo, pelas 10h00, e o seu término do outro lado da baía, no Restaurante Diogo.
A prova, que também enquadra-se na Disciplina de Águas Abertas, vai contar com a participação de nadadores federados, filiados na Associação de Natação da Cidade de Maputo e noutras associações, entre moçambicanos e estrangeiros, desde que sejam maiores de 14 anos de idade, e populares, antigos praticantes e todo aquele que saiba nadar, desde que esteja acima dos 25 anos.
De acordo com a organização, no dia da prova, este sábado, serão aceites um máximo de 20 inscrições, devendo os mesmos serem portadores de termo de responsabilidade das exigências contidas no regulamento da prova. As inscrições poderão ser feitas de forma individual ou mesmo por cada clube.
Para a prova deste ano, cujas inscrições terminaram na passada quarta-feira, dia da cidade de Maputo, serão premiados os melhores, sendo que os primeiros classificados, de cada categoria e em ambos os sexos, vão receber um valor monetário de 20 mil meticais. Os segundos classificados vão ser premiados com valores monetários de 10 mil meticais, cabendo aos terceiros classificados o valor de cinco mil meticais.
Com uma milha de náutica, a travessia Maputo-Catembe é uma prova tradicional na capital do país, tendo já sido conquistado por nadadores nacionais e estrangeiros.
Em termos de segurança, para esta prova a organização, Associação de Natação da Cidade de Maputo, e parceria com o Conselho Municipal de Maputo, disponibilizam barcos de apoio, assistência antes, durante e depois da prova, bem como uma ambulância para situações mais graves.
Os nadadores Ricardo Costa, dos Tubarões, e Jéssica Cossa, dos Golfinhos, são os actuais campeões da prova tradicional, que decorreu em 2019, uma vez que ano passado, devido a restrições impostas pela COVID-19, não houve competição.
Os irmãos Bique, Allan e Janeth, conquistaram a competição em 2018.
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Um grupo de seis assaltantes invadiu, na madrugada deste sábado, o Consulado de Portugal no Rio de Janeiro, tendo sequestrado o cônsul, Luís Gaspar da Silva, e a família. Luís Gaspar da Silva, a família e vários funcionários foram amarrados durante o assalto, mas todos se encontram bem.
De acordo com a Globo, antes de entrarem na casa do diplomata, os assaltantes sequestraram também alguns funcionários do Consulado.
Durante cerca de 50 minutos, os reféns estiveram amarrados, sob vigilância de dois dos assaltantes, enquanto o resto do grupo revistava as instalações.
Segundo testemunhas, o grupo estaria armado e roubou várias jóias, computadores e outros bens. Depois, os ladrões colocaram-se em fuga.
A Polícia já está a investigar o caso e esteve hoje no local a realizar perícias. Também já foram solicitadas as imagens das câmaras de videovigilância, segundo escreve o Notícias ao Minuto.
De acordo com o embaixador de Portugal em Brasília, Luís Faro Ramos, o Cônsul e a sua família já foram libertados e estão bem.
Um grupo de seis assaltantes invadiu, na madrugada deste sábado, o Consulado de Portugal no Rio de Janeiro, tendo sequestrado o cônsul, Luí...
Me pairam as lembranças, dos tempos em que o dia não passava, queríamos que a noite fosse eterna, para diante da figueira ouvir as histórias dos nossos avôs e a sua persistência na luta pela sobrevivência diante da pobreza.
Lembro-me como se fosse ontem, quando eu juntamente com os meus amiguinhos de Olombe, isso na província de Gaza, apressávamos os nossos trabalhos para nos reunirmos na casa do senhor Mbendane, o régulo daquela localidade, para brincar o “mbalele mbalele”. Enquanto isso, o karingana ua karingana fazia as nossas noites, com o balançar das árvores e o cântico dos mochos. Acreditávamos na conexão entre esse cântico, a figueira, as estrelas no céu e o som dos tamboresque se fazia sentir, eram noites eufóricas.
Naquela localidade, a vida estava centralizada no trabalho, e pouco se dava importância à escola, os nossos pais diziam para nós que a escola foi feita para as crianças da cidade, a criança do campo devia focar-se no trabalho em prol da sua sobrevivência, e assim crescíamos nós com este subjacente pensamento.
Na altura, eu era o único filho dos meus pais, morava com eles e a minha avó numa pequena casinha de caniço, passei a minha infância brincando na casa do régulo, pois é lá onde haviam os meus contemporâneos. A história de superação daquela família era comovente para mim, que começava a sentir desejo de ouvir a minha. Movido pelo sentimento da vida alheia, pedi a minha avó que contasse a minha própria história, a única biblioteca da minha vida.
Foi num lindo dia de sábado, quando me levantei as primeiras horas para pastorear o gado e de seguida tirar a lenha, fiz tudo com um sorriso estonteante no meu semblante, seria a primeira vez a sentar debaixo da árvore de mangueira e diante da figueira com minha avó a ouvir o marco da minha família.
Contava a minha avó com tristeza no rosto o sofrimento passado, por algum instante quis chorar, mas segurei firme a ouvir até ao fim.
O meu avô paterno, deixou-a com um filho de 1 ano de idade, viajando a África do Sul em missão de trabalho, onde ficou durante anos, até regressar a Moçambique dentro de uma urna para ser sepultado na sua terra natal. Parou de contar a triste história.
Na altura, o irmão mais velho do meu pai, foi convidado a ocupar o lugar que era do meu avô nas minas, e quando chegou o momento de viver uma nova vida num outro país, deixou a minha avó e o meu pai, levando consigo a sua esposa e filhos.
O meu pai era o mais novo e único que continuava na casa dos meus avós, ele tomou a responsabilidade de cuidar da casa e da sua mãe viúva e com idade avançada. Ele era um simples camponês, que dependia das plantações e do gado, uma vez a cada três meses o seu irmão mandava da África do Sul alguns produtos alimentícios, mas estes, não chegavam a cobrir todas as necessidades.
A vida estava cada vez mais difícil, e o meu tio já não mandava absolutamente nada. Muito jovem, o meu pai saiu de Olombe a Maputo a procura de emprego para sustentar a si e sua mãe, na tentativa de procurar por condições favoráveis, conheceu a minha mãe e se envolveram, tendo ela ficado grávida de mim, era muito difícil naquele tempo ouvir-se falar sobre planeamento familiar, usavam mesmo é a fé.
Sem nenhuma fonte de renda em Maputo, e com mais uma despesa, ou melhor, duas, o meu pai levou a minha mãe a Olombe, ela era órfã e morava com os seus tios, não podia abusar da boa fé e ainda carregar uma gravidez para eles sustentarem. De Maputo a Olombe, as refeições sofisticadas foram trocadas por mandioca, batata doce e mais, mas por amor ela suportou.
Foi neste rio de pobreza e dificuldades que eu nasci. Mesmo pequeno, eu conseguia ver o amor dos meus progenitores, a alegria de me ver crescer, quem diria que fosse uma recordação cheia de lágrimas.
Era triste para mim ser o único filho e não ter com quem brincar e partilhar as histórias, era tão doloroso quando me encontrava com os meus amigos e falavam do que faziam durante a noite enquanto os mais velhos dormiam. Mas, o tempo que levávamos durante a tarde cobria o que não podia sentir na calada da noite.
Ríamos das meninas quando trabalhavam arduamente na machamba, enquanto nós arrancávamos os frutos silvestres, quando levavam horas numa fila a tirar água do poço e nós os meninos nos divertíamos com fisga a caçar os pássaros, era divertido para nós ver que as meninas perdiam uma parte das histórias na casa do régulo, para prepararem o milho na palhota que serviria de refeição para o dia seguinte.
Num desses encontros, despertei um olhar solene por uma das meninas, um daqueles olhares que só via no rosto dos meuspais, não quis aprofundar, era muito novo para aquele tipo de sentimento e acreditava que as meninas só ocupavam o tempo dos rapazes, assim como diziam os mais velhos.
O sentimento de desinteresse pela educação permanecia em quase todas crianças daquela localidade. Num certo dia, recebemos visita em nossa casa, desses familiares de Maputo, era o irmão do meu falecido avô com os seus filhos, vinham fazer uma dessas visitas de interesse, era a época da colheita.
Os filhos tinham a mesma idade comigo, se expressavam diferente, eu ficava admirado em ver como desdenhavam a minha forma de comer e falar, olhavam as minhas vestes como trapos para limpar o chão, pensavam se calhar que sofria de distúrbios mentais, mas era a pobreza que me fazia perder o juízo e parecer demente.
Os filhos de Maputo, como foram apelidados em Olombe. Toda atenção estava voltada a nossa casa, numa localidade como aquela, quase todo mundo se conhecia, e não tardava a notícia de que recebemos visita a se espalhar, é como se tivéssemos recebido um desses artistas de Hollywood.
Depois de eles regressarem ficou a curiosidade, minha mãe cresceu em Maputo, e conseguiu captar algumas expressões e explanou a mim, ela disse que aquele era o comportamento da civilização e a linguagem que eles usavam era dos portugueses, os nossos colonizadores, era preciso acesso ao ensino para aprender a falar em Olombe.
Comecei a ter interesse pela escola, mas o meu pai disse que não era hora de pensar em escola porque eu tinha que cuidar do gado, assim como faziam os outros rapazes, e a escola ficava quilómetros de distância da nossa aldeia. Eu não podia escolher, continuei com minha ignorância.
Anos depois, o meu pai recebeu um convite do seu tio para ir à Maputo, mas a minha mãe estava grávida do segundo filho, foi uma alegria tão grande para mim, e foi mais um motivo para o meu pai enveredar pelo caminho que lhe conduziria a um emprego em Maputo.
Quando fez a viagem e lá chegou, residiu na casa do seu tio e conseguiu um emprego como segurança, trabalhou bastante, e as coisas já iam melhorando, mas depois de algum tempo adoeceu e precisava regressar a Gaza para ser cuidado pela sua mãe e esposa. Naquela toda maratona, a minha irmã nasceu, era uma mistura de sentimentos, onde lutávamos pela vida do meu pai, e mais um membro chegava na família.
Meu pai recebeu tratamento dos médicos tradicionais da localidade, minha casa parecia um desses hospitais, era um entra e sai, tínhamos de dividir a pouca mandioca com os visitantes que ficavam até altas horas, enquanto rezávamos.
Graças aos cuidados e sem esquecer de Deus, ele convalesceu. Não sei o que terá acontecido durante a sua estadia em Maputo ou durante os dias em que esteve doente, mas uma das primeiras coisas que fez depois de retomar a sua vida normal, foi me matricular na Escola Primária de Olombe, já com os meus 11 anos de idade. Para mim, não importava o tempo perdido, na verdade, não tinha noção do que era o tempo. Confesso que nos primeiros dias, era tudo tão incrível e movido pela emoção, gritava em quase toda aldeia “obrigado “, era a única palavra nova que tinha conseguido interiorizar até então.
Eu era apenas um menino cheio de sonhos, que mesmo diante de dificuldades e daquele mato conseguia sonhar, o pouco que aprendia na escola eu partilhava com os meus amiguinhos. Mas, o duro de ser mulher no campo é viver para a enxada e deixar que os homens se interessem pela escola e pelas contas.
Com o nascimento da minha irmã, as despesas aumentaram, os meus pais não conseguiam ter controle de tudo e a minha avó era tão velha que dependia do pouco dinheiro que recebia da pensão por velhice, não cabia nem para comprar um saco de arroz. Por vezes, as nossas refeições não gozavam dos ingredientes propícios, bastava a água e o sal que conseguíamos comer enquanto esperávamos pelo dia do amanhã.
Era mais doloroso para os nossos pais tamanho sofrimento, eu tinha que madrugar para ir à escola sem nenhuma refeição, e ainda ter de voltar e cuidar do gado, a minha avó achou melhor eu interromper os estudos, mas eu não concordei, mesmo sentido que o corpo não aguentava eu queria ser diferente e mostrar o melhor.
Eu costumava ir aos encontros dos donos das terras com o meu pai, e num destes encontros, ele falou com o seu amigo o que estava passando, e ele falou sobre o país vizinho África do Sul, que era a solução para muitos moçambicanos desempregados, mas a história da sua família com este país não era agradável, tanto que disse preferia ficar em Olombe a ir a terra que lhe roubou o amor de pai e irmão.
Depois daquela conversa, o meu pai vivia pensativo, eu nunca pensei que a pobreza perturbasse tanto assim, aprendi com o comportamento do meu pai, que já nem conseguia dar a devida atenção a minha mãe.
Minha alegria em ver a minha Olombe sorrindo para mim, com aquele verde sem fim, o ananás que dava brilho ao nosso quintal e a massala que se duplicava a cada época, faziam-me sentir o menino mais feliz, e com a chegada da minha irmazinha foi uma alegria sem precedentes.
Os dias corriam tanto, e o meu pai precisava criar estratégias para a nossa sobrevivência, e a única solução mesmo era a terra do rand, naquele instante foi bom para nós, acreditávamos que as coisas melhorassem, com refeições atípicas das que costumávamos ter, e seríamos mais prezados na localidade.
Pensei que pudesse aproveitar mais o amor e carinho do meu pai, a maior tristeza ou alegria naquele momento era a terceiragravidez da minha mãe, motivo para o meu pai procurar emprego o mais rápido possível. Ele disse para mim e minha irmã que voltaria, só ia trabalhar para garantir a nossa estabilidade financeira e termos também a civilização das crianças de Maputo.
Chegou então o dia esperado, depois de meses sem cair chuva, naquele mesmo dia o céu ficou nublado que até os mochos não se faziam sentir, não sei se direi que era um sinal de despedida, que sentiria a dita saudade proferida pelas pessoas de Maputo. Era a vez do meu pai seguir viagem rumo a África do Sul, vulgo terra da sobrevivência em Olombe.
Como se de ontem se tratasse, era um domingo pouco comum, nas primeiras horas, em que quase todas famílias estavam descansando em suas casas, havia grande chuva e relâmpagos, todos nós acreditávamos que era o melhor tempo para se ter os sonhos mais profundos, o barulho da água de chuva e trovoada davam mais gosto as histórias de família e reunia-as.
Outras famílias sentiam esse momento bom, eu e a minha família ajudávamos o meu pai com as malas para a viagem. Imediatamente, a minha avó saiu da nossa casinha a palhota que ficava do lado de trás da casa juntamente com o meu pai para fazer algumas orações a pedir proteção dos espíritos da família e de seguida deu-lhe um frasco que continha o tal remédio da sorte, agradeceu profundamente com os olhos avermelhados a sua mãe.
Saindo eles da palhota, encheram-se de abraços, coisas raras para os machanganas de Olombe. Fiquei comovido com aqueles abraços calorosos que os meus pais trocavam, e os beijos acompanhados de lágrimas que escorriam até aos seus lábios, senti o amor deles de perto, que acabei pegando na mão da minha irmã para nos juntarmos num só abraço de despedida de família. Como se de uma coisa tivéssemos certeza, seria uma eterna nostalgia.
Prometeu a minha mãe que voltaria em breve, para que o bebé que ela carregava no ventre nascesse num ambiente diferente.
Por conta do mau tempo que se fazia sentir, somente eu pude acompanhar o pai até a estação, já que era o único homem. Durante a caminhada rumo ao destino, os conselhos de um pai que deixava a sua família em busca de trabalho, fizeram-se a mim. Estava claro naquele momento que eu passaria a ser o homem da casa, responsável pela segurança da família, eu tinha que ir à escola e cuidar do gado, sem esquecer das outras actividades que eram geridas pelo meu pai. Esperei até que o comboio partisse para de longe levantar os braços e dizer, até breve, pai.
Naqueles primeiros dias, a emoção de ter que fazer o melhor na qualidade de bom filho era grande, queria dar orgulho e receber o devido mérito quando o meu pai regressasse à Moçambique.
Os meses iam se passando e as ligações constantes de preocupação e saudade eram demasiadas, mas ainda não tínhamos alcançado o objetivo final.
Com a viagem do meu pai a África do Sul, o paladar conheceu novos sabores alimentícios, já não comíamos de forma repetitiva os produtos produzidos na nossa machamba, vezes enquanto tínhamos refeições que nos faziam esquecer a pobreza, minha mãe teve força de vontade para carregar a gravidez. Até o meu irmão mais novo completar 1 ano de idade, recebíamos mantimentos do país vizinho, mas a saudade já era maior.
Eu tive de interromper os estudos sem nem ter feito uma classe significativa, precisava me dedicar ao trabalho, em Olombe não se tinha uma idade definida para poder tomar certas responsabilidades, o facto de ser homem bastava.
Quando o meu irmão nasceu, fiquei muito feliz, não via a hora dele crescer para me ajudar no pasto, sem inferiorizar o trabalho da minha irmã, não podíamos ignorar as plantações movidos pelos encantos dos alimentos vindos da África do Sul.
Passaram-se três anos e o contacto com o meu pai regredia, é como se de certa forma estivesse nos esquecendo, continuávamos a acreditar que o trabalho o ocupava muito. Para ele, os alimentos que mandava cobriam a saudade que sentíamos, sempre que ligávamos dizia estar ocupado e que ligava de volta, e terminava sem ligar, era triste para mim e meus irmãos.
Na medida em que o tempo ia passando, o contacto desmoronava, e os mantimentos já não chegavam com frequência, voltamos ao nosso humilde mata-bicho com a mandioca, batata doce acompanhados de um chá simples de sabor da água do poço, e ao jantar, com a nossa cacana, feijão-nhemba, o arroz constituía uma novidade para nós, sem contar os dias em que dormíamos apenas com uma única refeição.
No coração da minha mãe existia uma esperança de rever o seu marido em breve, mas enquanto ela enchia o seu coração, o meu pai deixava de entrar em contacto. É como se o vento lhe tivesse soprado, ficávamos ao telefone para ver se ele ligava às horas habituais, e nada dele, foram os dias mais tristes dos que estavam por vir.
Os anos passavam como vento, e o meu irmão crescia sem amor de pai, questionava o seu paradeiro e a única coisa que minha mãe conseguia dizer era que voltaria, estava atrabalhar. Em toda época de quadra festiva nós aguardávamos por ele para a transição do ano, mas nem um sinal dele, tornou-se incógnita.
Lembro-me de um ano, nessa mesma época festiva, em que por intermédio de um vizinho que também trabalhava na África do Sul mandou uma encomenda, e quando perguntámos se ele não voltava, a justificativa era a mesma de que aquela era a melhor época para trabalhar, não podia vir. O mais incrível foi que aquela era a última encomenda que recebíamos dele.
A tristeza da minha mãe em ter que cuidar dos filhos sem ajuda do seu marido, e ainda a sobrecarga de cuidar da sogra,a única coisa que lhe mantinha naquele lar, eram os filhos, pois aos poucos ia se conformando de que havia perdido o seu marido. A sua irmã mais velha chegou a entrar em contacto como forma de persuadi-la a regressar a Maputo, para ter um rumo a sua vida e ela recusou-se por amor aos filhos que já eram desprovidos de amor do pai.
Continuamos nós com a nossa humilde vida, eu contava para os meus irmãos como era a vida antes do nosso pai viajar, e o meu irmão mais novo se recusava a ouvir tais recordações, ele dizia não ter pai.
Geralmente, assistimos na época de quadra festiva o regresso de muitas famílias refugiadas naquele país e era extremamente comum na nossa localidade. Foi num dia 24 de dezembro, quando uma voz profunda gritava hoyo hoyo (bem-vindo), era uma localidade calma difícil de manter o sigilo, saí a correrpara a estação, pensei que seria desta vez, mas não, voltei a casa todo cabisbaixo, e a minha avó pediu-me para ser forte pela minha mãe e meus irmãos. A minha mãe estava do outro lado da casa derramando lágrimas de saudades, é como se o amor lhe estivesse matando lentamente. A minha avó olhava para nós com tristeza, mas amava tanto a nossa mãe que lhe dava esperança e segurança.
A partir daí comecei a odiar este país, acreditava que roubasse o amor das pessoas. Decidi ir à casa do régulo no mesmo dia, para falar com o amigo do meu pai que também trabalhava lá, ouvi ele a falar da tal Tembisa, famosa casa dos machanganas na África do Sul, fixei esse nome e um dia cheguei ao ponto de pensar em fugir de casa para saber o motivo que fez ele nos abandonar. Mas eu não podia deixar a minha mãe, os meus irmãos e a minha avó.
Passaram 9 anos, e consequentemente o meu irmão mais novo também completava a mesma idade, e nunca conheceu o nosso pai. As senhoras de algumas aldeias costumavam ir para sondar se o meu pai já tinha regressado, outras com olhar de pena e outras de zombaria confortavam a senhora minha mãe, já éramos filhos abandonados.
Algumas pessoas já sabiam o que estava acontecendo com omeu pai, e numa dessas conversas no campo, ouvi que ele tinha uma outra esposa e filhos, acreditei que no fundo a minha avó já imaginasse. Foi uma consternação para mim, mas decidi não comentar nada em casa. Depressão é a palavra correcta para designar o que minha mãe estava a passar, como se o centro da sua vida fosse o marido, era difícil se conformar que ele não queria voltar, e trocou a sua família em Olombe pela família sul africana.
A minha avó, tão velhinha sua única satisfação era ver os netos crescerem, e mesmo com a idade avançada não deixava de nos ajudar na machamba. Por algum momento, culpei a elapelo abandono do nosso pai, mas eu percebi que ele prosseguiu como melhor entendeu.
Em cada ano, a seca, a fome fazia-se sentir e eu tinha de tomar providência, o gado já não estava sendo rentável, sobrevivemos graças à uma força suprema. Eu costumava ficar altas horas no mato, a sobreviver com os frutos silvestres, enquanto pastoreava o gado, sem saber o que poderia acontecer no meio daquele nada.
A notícia de que o meu pai tinha outra esposa e filhos não tardou a chegar aos ouvidos da minha mãe e mesmo assim, ela decidiu esperar e cuidar de nós os filhos, o amor estava segando a sua visão.
Tudo a nossa volta lhe remetia ao passado vivido com o meu pai, o que so trazia mais desgraça, ela entrou outra vez em depressão, a sua irmã já tinha aconselhado a voltar para Maputo, mas a esperança lhe mantinha sempre lá.
Passaram dias e noites e nada do meu pai, num certo dia, enquanto eu estava cuidando do gado na mata e a minha irmã na machamba, ouvi gritos do meu irmão mais novo, que me encheram de medo, era ainda muito cedo, ele corria todo preocupado e com lágrimas no rosto, aproximei para saber o que estava a acontecer e ele disse que a nossa mãe tinha ido embora, não aguentava mais levar a vida em Gaza. Deixei o gado e sai a correr, a minha irmã já estava lá molhada de lágrimas, nossa casa ficou triste, era tão pequena que se conseguia notar a ausência de qualquer coisa, fui ao quarto para me certificar, e realmente ela tinha ido embora. Olhei para os meus irmãos, eu não podia chorar, tinha que lhes transmitir segurança, pesou-me a consciência saber que perdemos o amor do nosso pai e de seguida a nossa mãe nos abandonou, como se de nós estivesse a fugir, tentei entender o lado dela, mas nenhuma mãe tem o direito de abandonar os filhos por mais duras que sejam as dificuldades enfrentadas.
Foi um dia muito doloroso, não tínhamos o nosso pai por perto, mas tínhamos o carinho da nossa mãe que conseguia cobrir este vazio, ali só estávamos com a nossa avó. Foi a única que mesmo doente cuidou de nós, educou-nos a seguir o caminho da luz. Seguimos a vida, e nos conformamos com a realidade.
Eu precisava procurar emprego para sustentar a minha família, decidi viajar a Maputo, eu me tornei pai dos meus irmãos.
Tive a benção e apoio da minha avó, ela tinha um dinheiro guardado e deu-me para poder me virar assim que chegasse a cidade. Viajei numa terça-feira, sem nem saber por onde começar, onde ir, e com quem ter, era somente eu, mas as dificuldades da vida me fizeram enveredar por um caminho livre de temor.
Quando cheguei pela primeira vez a capital, olhei para tudo estranhamente, às luzes e os carros que circulavam de um lado para o outro, era tudo uma novidade para mim.
Cheguei então a terminal dos transportes rodoviários na junta, e a única coisa que eu disse naquele momento foi, Deus me ajude. No mesmo dia, passei a noite ali mesmo no parque deitado num dos bancos e acabei conhecendo um jovem de Inhambane, vendedor ambulante, foi quem me instruiu, passei a vender pipocas, correndo de um lado para o outro, de carro em carro para ver se conseguia vender alguma coisa, e continuava a passar a noite nos bancos da junta.
Lembro-me de um dia em que fui assaltado, mas sobrevivi, perdi praticamente tudo o que tinha conseguido, tive que passar a lavar carros e por vezes não conseguia ganhar nem 50mts. O jovem que conheci, foi quem me levou para a casa onde estava a arrendar, enquanto me recuperava. Levantava muito cedo para me fazer a rua, consegui ganhar alguma coisa para mandar a Olombe, comprei açúcar e outras coisas de extrema importância, entreguei a um motorista que fazia a rota Olombe-Chissano.
Fiquei três meses sem ir a Olombe ver minha família, recebi notícia de que a minha avó estava muito mal, e o meu irmão tinha se tornado num menino rebelde e arrogante, vivia caluniando a minha avó, culpando-a pelo sofrimento e peloabandono do nosso pai, chamava-a de feiticeira, foi uma tristeza enorme para mim saber que o meu irmão faltava com o respeito a única pessoa que esteve sempre por perto.
Precisava tomar uma providência e voltar a Olombe, e assim o fiz. Viajei uma semana depois, e quando lá cheguei, a situação estava crítica, minha avó estava lutando pela vida, e a minha irmã mesmo nova tinha que cuidar dela e por vezes dar-lhe banho, e com o meu irmão insolente, só piorava a situação, minha irmã envelhecia com pouca idade por conta do trabalho duro no campo.
Acompanhei de perto o comportamento possessivo do meu irmão, era desgastante, eu me perguntava se o facto de não ter crescido num ambiente de amor e educação paterna teria influenciado. Antes de voltar a Maputo, pedi que tratasse com reverência a nossa avó, e ele disse que não podia respeitar uma velha feiticeira que gerou um filho que abandonou os seus filhos.
Durante a noite, decidi ir ficar do lado de fora a ponderar, fiquei deitado olhando as árvores para ouvir o cântico dos mochos que outrora não ouvia em Maputo, enquanto eles dormiam, eu continuava a ouvir o cântico das aves escondidas nas folhas verdes daquele mato, aquilo me remetia a saudade dos tempos que os meus pais estavam juntos eu ainda miúdo, e gostava de transmitir aos meus irmãos antes de voltar a cidade para que vivessem em harmonia.
Aquele som parecia estar em comunicação com a clarividência das estrelas no céu, decidi entrar para me recolher, tinha que seguir viagem.
Acordamos no dia seguinte, despedi-me por volta das três horas com promessa de voltar em breve, mas a minha avó estava padecendo, olhou-me estranho, como quem nunca mais pudesse me ver.
Cheguei a Maputo estava tudo bem, trabalhei como vendedor ambulante, por vezes chegava a baixa da cidade caminhando enquanto vendia, tive um pouco de esperança de reencontrar a minha mãe, mas na grandeza daquela cidade, não sabia nem por onde olhar e começar a procurar.
Não se passaram dois meses, ligaram-me de Gaza a informar que a minha avó tinha perdido a vida, chorei tanto, senti-me sozinho e a maior tristeza era como estavam os meus irmãos.
Viajei imediatamente a Gaza com os poucos recursos que tinha, quando a irmã da minha mãe soube, também seguiu viagem. Cheguei e encontrei os meus meninos desamparados, no dia seguinte sepultamos a nossa avó, a realidade da solidão veio à tona, não podia deixá-los sozinhos, até o mais novo percebeu a importância que a nossa avó tinha nas nossas vidas, ela lutou por nós até aos confins da velhice.
Não nos restava nenhuma alternativa a não ser esperar que alguém decidisse cuidar de nós, a minha tia foi quem levou a minha irmã e o meu irmão para viverem com ela em Maputo.
Abandonamos a nossa casinha de caniço, com aquele quintal enorme difícil de encontrar nos subúrbios da cidade de Maputo, é como se a nossa história em Olombe estivesse a morrer, a nossa casa ficou de luto e vazia, nos sentimentos órfãos mesmo conscientes da existência dos nossos pais.
Não foi fácil para eles se adaptarem a vida na cidade, a minha tia matriculou-os numa escola primária, isso no bairro do aeroporto, enquanto eu lutava com a renda na casa onde vivia.
Eu sempre ia fazer uma visita aos fins de semana, e o meu irmão chorou para mim dizendo que não queria mais voltar a escola porque zombavam dele, e não tinha domínio da língua portuguesa.
Num desses dias enquanto perambulava, encontrei jovens a debruçarem sobre um assunto que me encheu os ouvidos, aproximei e falavam de um senhor que abandonou a família para começar a vida no estrangeiro, fiquei surpreso, descobri que mesmo as pessoas da cidade e bem-sucedidas eram abandonadas.
Depois de anos, a minha mãe decidiu aparecer, e para a nossa surpresa tinha conhecido um outro homem com o qual tiveram filhos, mas não podia nos levar juntamente com ela porque não éramos filhos do seu actual marido.
Mesmo sabendo que estávamos por perto e precisando do seu apoio, preferiu deixar-nos nas mãos de sua irmã para não perder o seu lar.
Minha tia, sem filhos, cuidou dos meus irmãos com amor e deu educação como se fossem dela, mesmo quando a minha irmã ficou doente foi ela quem cuidou dela e a minha mãe ficou indiferente.
A minha tia convidou-me para passar a viver com ela, e eu aceitei, e com o pouco que ganhava consegui ajudar nas despesas da casa.
Confesso que vivemos dias alegres, como se de certa forma nunca tivéssemos nos sentido desamparados, a nossa tia era a melhor para nós, nunca se deu ao luxo de ligar para a nossa mãe e reclamar, por vezes esquecíamos que ela existia, a nossa tia ensinou-nos como devíamos nos portar e tinha orgulho de nos apresentar aos seus amigos como filhos, meu irmão conseguiu se adaptar na escola e fez algumas amizades, a cada dia melhorava o seu comportamento, e as notas na escola eram boas. A minha irmã, tão humilde, nunca foi de fazer amizades, sempre fechada no seu canto, pediu a nossa tia que lhe mostrasse a porta do altar de graças e começou a congregar numa igreja perto de casa, enquanto eu seguia bem com o meu negócio.
A luxúria domou o coração do meu pai, enquanto ele levava uma vida digna na África do Sul, nós lutávamos por um pão e passando por necessidades, pouco deu importância, nem o desaparecimento físico da sua mãe foi capaz de lhe trazer de volta a casa.
Minha tia conseguiu um celular para mim, e comecei a usar as redes sociais. Enquanto navegava no facebook, deparei-me com um apelido idêntico ao meu, quando investiguei a fundo, descobri que se tratava da minha irmã sul africana, quando entrei para ver o seu perfil, vi fotografias do meu pai em família, fiquei sem saber como agir, chocado e sem forças.
Nós implorávamos pelo seu amor, e ele distribuía sem cessar aos filhos que considerava. Fui contar a minha tia e ela achou melhor guardar segredo, meus irmãos estavam felizes que não podia lhes estragar o momento. Foram tantos aniversários solitários, que não queríamos muito a não ser ouvir felicitações dos nossos pais. Fomos crianças da prole desprovida de cuidados e amor paterno.
Depois que a minha avó foi sepultada, nunca antes tivéramos visitado a sua campa e a nossa humilde casinha, minha tia decidiu levar-nos para lá, por mais que tivéssemos seguido um caminho diferente e feito nossas próprias escolhas, as nossas tradições nos pertenciam.
Viajamos então a Gaza, quando lá chegámos, a nossa Olombe parecia triste, tudo mudado, o nosso quintal descuidado e com as folhas das árvores que caiam no chão, parecia uma floresta, e a nossa casinha foi demolida pelo vento, tivemos que passar a noite na casa do senhor Mbendane.
No dia seguinte fomos à campa da vovó, chorei muito ao lembrar de tudo que passamos juntos, e desta vez os meus irmãos é que me transmitiram as energias positivas.
Quando regressamos a Maputo, decidi procurar novamente a jovem, mas não foi fácil a comunicação porque ela falava inglês e zulo, tinha de usar o google tradutor, tive mais certeza de que se tratava da minha irmã, mas eu fui ignorado. Fui muito persistente, a última vez que tentei falar com eles, disseram-me para não ocupar o seu tempo porque eu era um desconhecido.
O nosso próprio pai, aquele que nos jurou amor, e pela vida que seguiu a levar na terra do rand, não aceitou a paternidade por sermos pobres. E a nossa mãe escolheu o seu lar a ficar com os filhos, incontáveis vezes ela pediu que não ligássemos para ela porque o marido não gostava, como se estivéssemos vivendo graças ao seu suor. Sempre acreditei que um dos quadros mais importantes e magníficos no mundo, era de ver os pais participarem ativamente em cuidar dos filhos, mas os meus pais fizeram-me ter uma visão diferente.
Por vezes víamos famílias constituídas por filhos e pais na nossa vizinhança, tínhamos motivos para nos tornarmos invejosos, mas, em resultado dos nossos esforços nos tornamos livres para entender as escolhas alheias e nos inspirarmos pelas coisas positivas que enxergamos nos outros.
Lutei para que o meu negócio crescesse, e pela saúde psíquica dos meus irmãos, não podíamos deixar com que o passado roubasse a alegria que podíamos construir com o nosso esforço. Foi difícil esquecer que um dia tivemos alguém para chamar de pai e mãe, mas o verdadeiro amor não traz consigo insistência, recebemos o carinho da nossa tia, o seu amor insubstituível, os seus conselhos sábios nos edificaram para nos tornarmos seres incríveis, ela assumiu o papel que a nossa mãe deveria ter assumido, e quanto a nossa família paterna, não sabemos o que diremos, a nossa avozinha partiu com a nossa identidade, foi a única família que realmente tivemos.
São apenas recordações calorosas da minha terra, do grito dos mochos que se faziam sentir diante daquele mato, a vida nos tirou a nossa alegria naquele mato para nos dar a oportunidade de conhecer a beleza dos subúrbios de Maputo. A minha Olombe foi esquecida, mas no meu coração encontrou uma moradia.
Me pairam as lembranças, dos tempos em que o dia não passava, queríamos que a noite fosse eterna, para diante da figueira ouvir as história...
Doze padarias vendiam pão com peso baixo do recomendado e usavam balanças não acreditadas pelo Instituto Nacional de Normalização de Qualidade (INNOQ). As padarias fazem parte de um grupo de 30, fiscalizadas pela instituição na cidade e província de Maputo.
As padarias foram advertidas e, deste universo, três foram notificadas e incorre sobre as mesmas um crime de desobediência. O INNOQ reconhece que as padarias estão a atravessar uma fase difícil da pandemia e, com isso, apela a todas as panificadoras para que estejam envolvidas na causa. O presidente da Associação dos Panificadores avançou que “dias difíceis virão, e que será difícil manter o preço do pão”.
O preço do pão tem causado insatisfação nos clientes por não ter o peso recomendado pelas autoridades. Por isso, o Instituto Nacional de Normalização de Qualidade decidiu fiscalizar algumas padarias para ver, ao certo, o que está a acontecer.
Apesar de o momento ser tido como difícil para os panificadores, o apelo é que continuem com cumprimento da lei, pois poderão ser multadas caso as infracções continuem.
Victor Miguel, presidente da AMOPAO, também dono de uma padaria, afirma que foi surpreendido pela equipa de inspecção, mas garante que foi encontrado tudo em ordem.
“Eu penso que tenha que ser assim para todas as empresas de panificação, apesar de estarmos a exercer uma actividade demasiada difícil com custos de produção bastante elevados e recentemente a água foi agravado, o combustível também foi agravado, e, próximo mês, haverá um agravamento da farinha de trigo, naturalmente isso vai trazer complicações para as panificadoras”, avançou.
Doze padarias vendiam pão com peso baixo do recomendado e usavam balanças não acreditadas pelo Instituto Nacional de Normalização de Qualid...
O julgamento dos 53 ex-combatentes sul-africanos, acusados da tentativa de sequestro de ministros, foi marcado para o primeiro dia de Fevereiro do próximo ano. Do grupo, 43 dos elementos já foram soltos após pagamento de caução, enquanto outros esperam por perdão presencial por falta de dinheiro.
Um total de 53 militares veteranos foram presos, na sexta-feira passada, no George’s Hotel em Pretória suspeitos de manter o Ministro na Presidência, o Ministro da Defesa, o Vice-Ministro da Defesa e outros governantes reféns. Ao longo desta semana o grupo conheceu as acusações que incluem conspiração para sequestro e atentado contra a segurança do Estado, segundo revelou esta sexta-feira o porta-voz regional da Autoridade Nacional de Promotoria de Gauteng do Norte.
Os acusados deverão comparecer ao julgamento agendado para o primeiro dia de Fevereiro de 2022. O incidente aconteceu durante uma reunião em que os ex-combatentes mantiveram ministros reféns como forma de exigir a presença do Presidente sul-africano na reunião, na qual o grupo exigia pensões.
Aliás, o grupo exigia pagamento de milhões de rands por terem ajudado na luta contra o apartheid. Os ministros e outros 26 delegados do Governo permaneceram reféns por mais de 5 horas tendo sido resgatados por uma força especial de resgate de reféns.
O julgamento dos 53 ex-combatentes sul-africanos, acusados da tentativa de sequestro de ministros, foi marcado para o primeiro dia de Fever...
Uma delegação da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) foi destacada ao Reino de eSwatini para discutir com o Rei Mswati III a situação política marcada por tensão. A deslocação ocorre depois dos protestos promovidos por estudantes que exigem a adopção de um regime democrático.
Pelo menos 29 pessoas foram mortas desde o início dos protestos no Reino de eSwatini e várias lojas foram saqueadas. Os manifestantes exigem melhorias na decadente situação econômica no país e mudança do regime monárquico para o democrático.
As manifestações contra a monarquia aumentaram após o assassinato de um estudante, no passado mês de Maio, durante a repressão aos protestos populares. Nas últimas semanas, foram os próprios estudantes que saíram à rua, para exigir reformas políticas e um sistema de educação gratuita.
Perante à situação, uma delegação da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral foi destacada para o reino de eSwatini, onde vai reunir-se com o rei Mswati III, para discutir sobre a tensão política no país.
A delegação especial inclui Jeffrey Radebe, um ex-Ministro do Governo sul-africano, e Candith Mashego-Dlamini, Vice-ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, bem como representantes do Botswana e da Namíbia. Os enviados serão acompanhados pelo Secretário Executivo da SADC, Elias Magosi e outros funcionários seniores do bloco regional.
Sobre as expectativas do encontro com o rei Mswati III, a delegação da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral disse que o futuro do país monárquico depende da vontade dos próprios cidadãos do reino, pois o papel da missão é de facilitar a resolução dos desafios políticos.
Uma delegação da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) foi destacada ao Reino de eSwatini para discutir com o Rei Mswa...
As pontes sobre os rios Nacala e Muendazi, no distrito de Memba, em Nampula, destruídas pelo ciclone Kenneth, em Abril de 2019, foram já repostas, permitindo a ligação e fluidez do tráfego sobre estes cursos de água.
A vice-ministra das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Cecília Chamutota, disse, no acto inaugural, na sexta-feira, que as pontes são as primeiras a serem repostas, das 26 unidades previstas.
O programa de reconstrução, segundo Chamutota, está a ser suportado com fundos do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), no valor de 6,4 milhões de dólares (411 milhões de meticais), com o qual foi possível adquirir 1.110 metros lineares de pontes metálicas.
“Estas pontes foram distribuídas pelas províncias de Nampula, Cabo Delgado, Manica e Sofala, para efeitos de montagem e lançamento em pontos críticos, de forma a garantir a travessia segura”, afirmou.
Neste contexto, fica facilitado o uso do corredor rodoviário ligando a sede do Posto Administrativo de Mazua, em Memba, e o distrito de Nacala-à-Velha.
O representante do BAD, César Mba Abogo, afirmou que a exposição de Moçambique a ciclones recorrentes, devido à sua localização geográfica, sugere uma abordagem diferente no sentido de buscar capacidades, preparando as equipas locais em acções rápidas de restabelecimento da transitabilidade.
Por isso, acrescentou, é importante o aprovisionamento de pontes metálicas em pontos estratégicos, ao longo do país, com equipas para intervir na época chuvosa.
Segundo Abogo, trata-se de uma situação que remete os gestores do sector das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos à necessidade de finalizar a revitalização e dimensionamento de infra-estruturas, tornando-as resilientes.
“ Estamos cientes de que os outros parceiros de desenvolvimento estarão disponíveis para colaborar”, disse.
O governador de Nampula, Manuel Rodrigues, disse no acto de entrega das referidas infra-estruturas, que o gesto representa o fim das dificuldades, suportadas pela população no que diz respeito a circulação de viaturas, pessoas e bens.
Acrescentou que o distrito de Memba apresenta um potencial para dinamizar o desenvolvimento local.
Após a destruição das pontes, a travessia era feita sobre o leito do rio, em precárias condições, apenas em épocas de estiagem. Na época chuvosa, era preciso percorrer uma distância de 150 quilómetros que agora com as pontes se resume a apenas 50.
As pontes sobre os rios Nacala e Muendazi, no distrito de Memba, em Nampula, destruídas pelo ciclone Kenneth, em Abril de 2019, foram já re...
Apesar do impacto negativo à produção interna das empresas, provocado pela pandemia da COVID-19, o Governo, através do Ministério da Economia e Finanças, perspectiva um crescimento da produção de 2.9 por cento para o ano de 2022, sendo as áreas prioritárias a agricultura, pesca, energia e indústria extractiva.
A informação foi avançada nesta segunda-feira pelo ministro da Economia e Finanças, depois de uma reunião com a 2ª Comissão, a do Plano e Orçamento da Assembleia da República, encontro cujo objectivo era avaliar o relatório de Plano Económico e Social (PES), Orçamento do Estado, referente a 2020 e uma parte de 2021.
Adriano Maleiane explicou que o período 2020-2021 foi bastante difícil para as empresas moçambicanas, tendo-se registado grandes perdas. Apesar desses números, com a evolução da situação sanitária no país, alguns sectores começam a reerguer-se.
“A projecção que nós fazemos para o crescimento da nossa economia, para 2022, é de 2.9 por cento, e é necessário tomarmos em atenção que estamos a sair de 1.3 negativos em 2020 e agora com 1.5 em 2021, o que significa que 2.9 serão um grande esforço para lá chegarmos. Contudo, estamos optimistas”, explicou.
O ministro do pelouro das Finanças apontou, entre outros sectores, a agricultura como uma das áreas que mais contribuição trará para o Produto Interno Bruto.
“Nós estamos convencidos, pois há registo de sectores a crescerem, como é o caso da agricultura, que vai contribuir em mais de 6% mais do que se verifica no ano em curso. Igualmente, temos a pesca, energia entre outros sectores, sobretudo na indústria extractiva, que, até ao final deste ano, teremos alguns eventos de exportação no projecto da área 4”, referiu Maleiane.
Na mesma ocasião, o presidente da 2ª Comissão, Alberto Niquece, fez uma avaliação positiva do relatório apresentado pelo Estado, tendo em conta o contexto em que o plano foi executado.
“O balanço que fazemos é associado a estes factores estruturais e conjunturais que influenciaram no curso da nossa economia e, por causa disso, teve que se rever alguns indicadores em baixa. Mas estava previsto, ainda que de forma condicionada, foi alcançado”, disse Niquice.
13º Salário Dependente De Disponibilidade De Fundos
O debate em torno do décimo terceiro salário para o sector público sempre foi aceso, quando se aproxima o final de ano, como aconteceu no ano passado, em que o aumento não satisfez os trabalhadores da Função Pública.
Falando à imprensa, o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane afirmou que o Governo está ciente da sua obrigação de cumprir o plasmado nos estatutos sobre salários aos funcionários do Estado, entretanto tudo dependerá da disponibilidade de fundos.
“Se houver condições, se houver orçamento, o décimo terceiro vencimento é sempre pago, mas nós só avaliamos isso no final do ano, pois ele é pago em Janeiro. Neste momento, temos de avaliar como fechamos o 2021 e enquadrar todos os elementos que estão no estatuto de funcionamento de Estado”, concluiu.
Apesar do impacto negativo à produção interna das empresas, provocado pela pandemia da COVID-19, o Governo, através do Ministério da Economi...
O GOVERNO de Cabo Delgado procura parceiros para aumentar a produção de peixe em cativeiro.
O governador da província, Valige Tauabo, disse à Rádio Moçambique que a falta de ração e alevinos está a concorrer para o decréscimo da piscicultura.
Para o governante, melhores dias virão, a avaliar pelos esforços que o Conselho Executivo está a levar a cabo junto de parceiros para que se ultrapasse o problema da crise de alevinos.
O GOVERNO de Cabo Delgado procura parceiros para aumentar a produção de peixe em cativeiro. O governador da província, Valige Tauabo, disse...
DESLOCADOS dos ataques terroristas alojados nos centros de Nqalane (Metuge), 3 de Fevereiro ( Mecufi) beneficiaram este domingo, de kits de produtos alimentares para melhoria da dieta alimentar.
Os produtos beneficiaram 2.650 pessoas e foram doados pela Willow International School, uma organização não-governamental que opera no país.
Ainda no âmbito de apoio aos deslocados, a embaixada da Tailândia, ofereceu diverso material médico hospitalar, ao hospital distrital de Chiúre.
DESLOCADOS dos ataques terroristas alojados nos centros de Nqalane (Metuge), 3 de Fevereiro ( Mecufi) beneficiaram este domingo, de kits de ...
Ainda não é conhecido o paradeiro do médico Basit Gani, raptado na manhã do dia 07 de Outubro corrente, na Cidade de Maputo. Agastada com a situação, a Associação dos Médicos e a Ordem dos Médicos de Moçambique tentaram, neste sábado, sair à rua para exigir o fim dos raptos e a libertação do seu colega, mas foram, como sempre, impedidos pela Polícia da República de Moçambique.
Em uma semana foram registrados três raptos na Cidade de Maputo, sendo vítimas um médico e dois empresários, marcando assim o regresso deste tipo de crime, que quase sempre se desconhece os autores.
Os repúdios vêm de todos os lados e neste sábado (16), os médicos reuniram-se para, de forma pacífica, sair à rua para exigir o fim dos raptos e a libertação do seu colega.
“Estava prevista uma manifestação pacífica, que seria uma caminhada a partir da sede da Associação do Médicos até a praça da independência. Este era o gesto dos médicos de repúdio aos raptos e uma forma de mostrar a nossa insatisfação e apoio à família do doutor Basit”, avançou Gilberto Manhiça, Bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique.
No entanto, ficou só na intenção, pois a Polícia da República de Moçambique, como de costume, proibiu a realização da manifestação, a menos de cinco minutos para o seu início, conforme nos explicou o Presidente da Associação dos Médicos de Moçambique, Milton Tatia.
“No dia 11 de Outubro, como mandam as regras, nós endereçamos uma carta ao Conselho Municipal de Maputo, solicitando autorização para a realização de uma manifestação pacífica. Não tivemos nenhuma reacção, até que hoje, quando faltavam cinco minutos para as oito horas, horário marcado para início da marcha, um aparato de viaturas da Polícia se fez às nossas instalações e entregou-me esta carta, indeferindo o nosso pedido”, explicou.
Na carta que o “O País” teve acesso, com a assinatura do Presidente do Conselho Municipal de Maputo, Eneas Comiche, lê-se “…Informo que indefiro o pedido de realização de marcha em assunto por constituir um grande risco de criar aglomerados e concorrer para a rápida propagação da COVID-19 no nosso seio”.
Mais diz que “assim recomendo que possam realizar um evento num local fechado ou aberto, com um total de 30 ou 50 pessoas, respectivamente, não devendo exceder a lotação de 30 por cento da capacidade local…”.
Milton Tatia considera a justificação bastante vazia, pois, como médicos, sabem mais do que ninguém que devem se proteger através do “distanciamento”, uso de máscaras entre outros mecanismos de protecção.
No entanto, apesar deste impedimento os médicos dizem que usarão todas as ferramentas para exigir a sua protecção e de todos os moçambicanos.
Ainda não é conhecido o paradeiro do médico Basit Gani, raptado na manhã do dia 07 de Outubro corrente, na Cidade de Maputo. Agastada com a...
O crescente nível de contrabando de peixe capturado ao longo do rio Zambeze para as repúblicas vizinhas do Zimbabwe e Zâmbia, preocupa as autoridades governamentais do distrito de Zumbu, extremo nordeste do país, na província de Tete.
Os promotores do referido contrabando, de acordo com o administrador distrital, Lucas Muidingue, actuam à calada noite que, usando pequenas embarcações a remo, se introduzem no interior do distrito onde adquirem, de forma ilícita, o pescado aos pescadores artesanais.
“Os contrabandistas estabelecem uma rede e um esquema de contrabando com os pescadores artesanais que armazenam o peixe fumado nas ilhas donde, a altas horas da noite, transportam-no para os vizinhos Zimbabwe e Zâmbia”, disse Lucas Muidingue indicando que a pesca artesanal constitui uma das principais actividades da população do distrito, tendo a tilápia ( Pende), Ncheni, Nkholokolo e Ntcenga como as espécies mais capturadas ao longo do rio Zambeze e de maior procura comercial.
O distrito de Zumbu, de acordo com o governante, é escalado periodicamente por turistas para a pesca desportiva, capturando as espécies de peixe Hidrocynus vitattus (Tigre) e Mulamba. Lucas Muidingue disse que, durante o ano passado, a produção de pescado artesanal foi de 2.738,96 toneladas, com uma valoração de produção de cerca de 164.337.600 meticais.
Para além da pesca artesanal, o distrito possui um potencial para a criação dos gados bovino, caprino e suíno, asininos, ovelhas e aves, para além da caça desportiva. Possui em funcionamento duas companhias envolvidas em actividades de caça desportiva cinegética, nomeadamente a Chawalo Safaris e Moçambique Safaris. Os praticantes desta actividade desportiva, escolhem para a caça algumas espécies da fauna bravia devidamente autorizadas para o abate.
Referia.se que o distrito de Zumbu localiza-se na parte Oeste da província de Tete e a sua sede distrital dista a 520 quilómetros da cidade capital provincial. O mesmo é composto por três postos administrativos e 10 localidades. O distrito, de acordo com dados do censo de 2017, conta com 83.144 habitantes, numa área de 12.001 quilómetros quadrados.
O crescente nível de contrabando de peixe capturado ao longo do rio Zambeze para as repúblicas vizinhas do Zimbabwe e Zâmbia, preocupa as a...
O PRESIDENTE da República, Filipe Nyusi, apelou ontem às comunidades para acatarem as mensagens e os avisos prévios, emitidos pelas autoridades de gestão de desastres, sobre a ocorrência de eventos extremos para evitar danos humanos e infra-estruturais, que só retardam o progresso.
Em mensagem por ocasião do Dia Internacional para Redução de Desastres, assinalado todos os anos a 13 de Outubro, Filipe Nyusi disse lembrando que a data pretende alertar para a necessidade de adopção de políticas e práticas de prevenção e mitigação dos riscos de desastres naturais, aumentando assim a resiliência das comunidades.
Moçambique é um dos países do mundo mais propenso aos desastres naturais, por causa da sua localização geográfica, sendo que as mudanças climáticas propiciam a susceptibilidade aos ventos fortes, temporais, ciclones, cheias, inundações, secas entre outros eventos extremos.
“Anualmente, perdemos vidas humanas, animais, diversas culturas e inúmeras infra-estruturas públicas e privadas”, recordou o Chefe de Estado moçambicano.
Segundo o Presidente da República, no mundo, o impacto dos desastres é ainda grave nos países mais pobres, razão pela qual, o lema das celebrações deste ano, que se realizam no contexto da Covid-19 é “Fortalecer a Cooperação Internacional para Países em Desenvolvimento por Forma a Reduzir o Risco e as Perdas por Desastres”.
Enquanto, por um lado, se reconhecem as dificuldades em evitar os desastres, por outro, têm-se consciência de que os danos que eles causam podem ser reduzidos com a tomada de algumas medidas.
“Uma destas medidas é evitarmos práticas que prejudicam o meio ambiente, em particular o solo. A má gestão do solo, por desmatamento ou outras prácticas, causa a sua degradação, resultando na erosão, salinização e outros problemas, reduzindo a sua capacidade de mitigação das alterações climáticas e da protecção da biodiversidade”, frisou Filipe Nyusi na sua mensagem.
Para marcar a data teve lugar ontem, na KaTembe, cidade de Maputo, um exercício de simulação no quadro dos preparativos das autoridades e equipas de socorro para fazer face a presente época chuvosa, na qual são esperadas chuvas normais com tendência para acima do normal.
O PRESIDENTE da República, Filipe Nyusi, apelou ontem às comunidades para acatarem as mensagens e os avisos prévios, emitidos pelas autorid...
Em Manica, os automobilistas pedem a reabilitação da Estrada Nacional Número 7 (EN7), sobretudo no troço entre Cruzamento de Tete à localidade de Púnguè Sul.
Circular na EN7 é visto pelos condutores como sofrimento e, vezes sem contas, passam por exercícios penosos de escolher buracos que menos podem estragar as suas viaturas.
Aliás, o que mais lhes inquieta é o facto de serem cobrados valores que variam de 50 a mil meticais para pagamento de portagem numa “estrada que não merece”.
A situação ganha contornos alarmantes quando se sabe que o Governo está a construir mais uma portagem naquela zona, que deverá entrar em funcionamento até Dezembro.
“Esses valores de portagens são muito altos. Não sabemos por que estamos a pagar, uma vez que essa estrada está péssima”, disse André Mário, automobilista de longo curso, visivelmente agastado.
A vice-ministra das Obras Públicas e Habitação, que visitou a via, anunciando o início da sua reabilitação que, segundo avançou, vai consistir no tapamento de buracos e colocação de revestimento de asfalto, foi confrontada com o aumento de número de portagens e também o preço considerado “fura-bolso” pelos automobilistas.
Em resposta a esta inquietação, Cecília Chamutota disse que “o valor cobrado nas portagens não é para custear na íntegra as despesas da sua manutenção, é apenas uma forma de comparticipação dos cidadãos para os trabalhos de manutenção e para que se possa garantir a comodidade necessária”.
Em Manica, os automobilistas pedem a reabilitação da Estrada Nacional Número 7 (EN7), sobretudo no troço entre Cruzamento de Tete à localid...
Mais de 97% das empresas que tinham sido encerradas devido à pandemia da COVID-19, no ano passado, já reabriram, anunciou, hoje, a ministra do Trabalho e Segurança Social, Margarida Talapa, sem avançar números concretos sobre o assunto.
Com a redução de infecções, mortes e internamentos por COVID-19, e, consequentemente, o levantamento de algumas restrições, várias empresas voltaram a reabrir as portas no país, de acordo com a ministra do Trabalho e Segurança Social.
“Conseguimos gerir e mediar os problemas que íamos tendo no dia-a-dia. Hoje, podemos reafirmar que 97% das instituições empresariais que, no ano passado, tinham encerrado as suas empresas, hoje retomaram as actividades. Os trabalhadores receberam as suas indemnizações, alguns retomaram as suas actividades e conseguiram fazer o acompanhamento da situação, caso a caso. Não tivemos problemas graves”, frisou a ministra.
Entretanto, Margarida Talapa não avançou detalhes sobre as empresas que reabriram no contexto do alívio das restrições impostas pela pandemia.
Refira-se que, segundo dados da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, até abril deste ano, mais da metade das 1.075 empresas, que fecharam as portas por se ressentirem da crise provocada pela COVID-19, voltaram as actividades.
Para a Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical, nas zonas afectadas pela violência armada, não há melhorias significativas.
Munguambe destaca que “os conflitos armados, que assolam o nosso país, estão novamente a criar problemas ao desenvolvimento, devido ao seu impacto negativo na economia e na vida social das populações. Devido a estes eventos, as empresas inteiras nas zonas em conflito fecharam as portas e despediram temporária ou definitivamente os respectivos trabalhadores”.
Margarida Talapa e Alexandre Munguambe e demais intervenientes falavam esta segunda -feira, na Cidade de Maputo, na abertura da décima primeira Reunião Nacional da Comissão de Mediação e Arbitragem Laboral. No âmbito do evento, a ministra do Trabalho e Segurança Social avançou dados sobre os serviços prestados pela Mediação e Arbitragem Laboral, incluindo indemnizações pagas.
O evento, que decorre na capital do país, sob o lema “Os Desafios da COMAL para Introdução da Arbitragem Laboral em Moçambique”, termina esta terça-feira.
Mais de 97% das empresas que tinham sido encerradas devido à pandemia da COVID-19, no ano passado, já reabriram, anunciou, hoje, a ministra...