“Futebol não é coisa para pobre” afirma o Ex-presidente do Atlético-MG

16:31

Atual prefeito de Belo Horizonte, o ex-presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, é taxativo ao manifestar sua opinião sobre o alto preço dos ingressos cobrado pelos grandes clubes brasileiros. Como chefe do Executivo da capital mineira, ele vetou um projeto de lei que previa a venda de 30% da carga total de bilhetes a preços populares nos estádios de BH. 
“Futebol não é coisa para pobre” afirma o Ex-presidente do Atlético-MG



Em entrevista ao EL PAÍS, o ex-cartola justifica a posição: “No mundo inteiro, futebol não é coisa para pobre. Doa a quem doer. Ingresso é caro em todo lugar. Torcida dividida e entrada a preço de banana estragada só existem no Brasil. O Atlético coloca ingresso a 20 reais e não lota o estádio. Futebol não é publico, não é forma de ajuda social”.

Ele se vangloria de ter presidido o clube na partida que não só garantiu o primeiro título de Libertadores do Atlético, mas também a maior renda de uma partida de futebol realizada no Brasil. 
A final contra o Olimpia no Mineirão contou com a presença de 58.620 torcedores, que pagaram em média 250 reais pelo ingresso, e arrecadou mais de 14 milhões de reais. No entanto, em tempos de futebol pobre do time, foi o próprio Kalil quem consagrou a prática de colocar ingressos a 5 reais para atrair a massa alvinegra, como em 2008, quando o clube amargou o 12º lugar no Campeonato Brasileiro. “Isso foi em outra época”, argumenta o ex-dirigente.
Seu pensamento, porém, reflete a posição de boa parte dos dirigentes brasileiros, que surfaram na onda das novas arenas construídas para a Copa do Mundo e, praticamente em sincronia, inflacionaram o valor de entrada nos estádios. Mas o movimento de elitização das arquibancadas se inicia bem antes da Copa, no rastro da instituição do sistema de pontos corridos pelo Campeonato Brasileiro, em 2003. Com mais jogos garantidos no calendário, surgiram as exigências de elencos numerosos para resistir à maratona de jogos na temporada e de estrutura moderna para preservar atletas de alto rendimento. 
Assim, os clubes aumentaram os custos de seus departamentos de futebol e, consequentemente, tiveram de repassar parte da conta ao torcedor. Se no início dos anos 2000 os jogadores mais bem pagos do futebol brasileiro raramente ganhavam mais de 100.000 reais, atualmente há equipes com cacife para desembolsar aproximadamente 1 milhão de reais por mês a um só craque. Uma gastança justificada, em parte, pela evolução das receitas. 
O Atlético-MG, por exemplo, saltou de 58 milhões de faturamento anual em 2008, ano do primeiro mandato de Kalil como presidente, para 316 milhões de reais na última temporada.
brasil.elpais.com

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