Armando Guebuza não foi ouvido nas investigações às dívidas ocultas

11:06

O antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza não foi ouvido nas investigações às dívidas ocultas avalizadas pelo seu Governo e no âmbito das quais o filho está detido, noticia hoje em manchete o Savana, principal semanário do país.

Armando Guebuza não foi ouvido nas investigações às dívidas ocultas

Numa análise ao documento da acusação do Ministério Público, a que teve acesso, o Savana titula: “Acusação esqueceu Guebuza”.

“Com o seu nome mencionado em muitas das 120 páginas da acusação que o Ministério Público deduziu contra os envolvidos no caso, o antigo Presidente da República não aparece, nem como declarante, como já tinha sido dado a entender por círculos próximos da investigação”, refere-se na notícia.

No entanto, prossegue a matéria, o laudo acusatório dá grande destaque a uma carta enviada a Armando Guebuza pelo dono da Privinvest, Iskandar Safa, cuja empresa pagou os subornos alimentados pelo dinheiro das dívidas ocultas.

Na carta, a Privinvest agradece a Armando Guebuza o facto de o Governo da altura ter aceitado a proposta de implementação do projeto de proteção da costa moçambicana.

As autoridades judiciais moçambicanas e norte-americanas consideram que o projeto foi usado como fachada para permitir a drenagem de mais de dois mil milhões de dólares cuja parcela foi usada para o pagamento de subornos a dirigentes moçambicanos e banqueiros e gestores internacionais.

Ainda de acordo com o texto, Ndambi Guebuza terá recebido 33 milhões de dólares (28,9 milhões de euros) em subornos.

A acusação hoje citada pelo Savana dá conta de que o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, foi ouvido como declarante nas investigações, na qualidade de ministro da Defesa à época em que os empréstimos foram concedidos, tal como dois outros antigos ministros e vários dirigentes.

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