Relatos dos moradores indicam que dez chefes de famílias foram decapitados na quarta-feira e quinta-feira, na aldeia Cabora, em Quiterajo, distrito de Macomia, que tem sido alvo de vários ataques dos chamados insurgentes, desde a ocupação pelos mesmo da sede distrital por três dias, no final de maio.
Outros cinco chefes de famílias foram decapitados na quarta-feira em ladeia Imbada, em Unguia, distrito de Meluco.
O novo incidente ocorre quase um mês depois de outros quatro civis terem sido decapitados quando se encontravam numa cerimonia fúnebre numa aldeia do distrito.
Nos dois incidentes a população foi surpreendida durante a noite, segundo relatos dos moradores, que passaram a pernoitar nas matas desde os novos ataques.
“Eles chegaram de surpresa e à noite, então as primeiras famílias (do ponto de entrada) não puderam escapar. As pessoas ficaram em alerta com gritos e choros e começaram a fugir, cada um à sua maneira” explicou à VOA, Abdul Mahando, um sobrevivente que se refugiou em Pemba.
Outro morador contou que os insurgentes decapitaram seletivamente chefes de famílias makonde, uma tribo dominante na província de Cabo Delegado, durante o ataque à aldeia Cabora, em Macomia.
Os insurgentes, com inspiração radical, usaram durante a sua infiltração na região as rivalidades tribais entre as tribos makonde e macua para reinar entre a população.
“Vemos que também há ódio e perseguição tribal desses da al-shaabab”, disse um morador de Macomia, relatando incidentes de discriminação tribal.
A mesma fonte sustenta a posição afirmando que muitos deslocados de Mocímboa da Praia estão a sofrer discriminação nos novos locais de abrigo, supostamente por terem sido o epicentro da insurgência e por os moradores terem aparecido em vários vídeos distribuídos nas redes sociais, apoiando os insurgentes.
Ainda segundo relatos dos moradores, a população dos distritos a norte de Cabo Delgado começou a enfrentar um novo pânico com a onda de rapto de raparigas, supostamente para servir os insurgentes.
O episódio mais recente ocorreu na quinta-feira passada, quando dez raparigas foram raptadas durante a fuga dos insurgentes em Mocímboa da Praia.
Entretanto, o jornal eletrónico, Carta de Moçambique, escreve na sua edição de hoje que 22 insurgentes foram abatidos pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), durante uma operação militar na terça-feira em Mocímboa da Praia.
Dos insurgentes, 13 foram abatidos por não “cooperar” com as FDS após a sua captura e os restantes nove no teatro das operações, combinada via área e terrestre, escreve a publicação de Maputo.
VOA
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