Henriques Dhlakama anunciou a sua participação na corrida eleitoral, que se vai realizar dentro de quatro anos, numa declaração na sua página da rede social Facebook.
A Lusa tentou contactar o candidato, mas sem sucesso.
A candidatura foi confirmada à Lusa por uma fonte partidária, apesar de o novo candidato não fazer referências a partidos no seu anúncio.
“Estamos à beira de um precipício e é altura de os moçambicanos reagirem com a ferocidade que se lhes conhece ao longo da sua história”, refere, na declaração.
Henriques Dhlakama considera que Moçambique está mais de 50 anos atrasado em relação a outros países e funciona com instituições corruptas.
Os moçambicanos devem rejeitar a estagnação, o imobilismo e o conformismo e provarem que são capazes de superar as dificuldades, diz.
“Cabe agora às atuais gerações, no seu amor pelo país, com fé e ombro a ombro, com os seus irmãos e irmãs, travar o maior combate na história deste país: o combate pela justiça e igualdade e por um futuro que pode ser esplendoroso”, avança, na declaração.
O primogénito de Afonso Dhlakama assinala que na sua história Moçambique já conheceu tempos de extrema violência, dificuldades e miséria, mas soube resistir.
“Não há maior heroísmo que esse, de ver a fera da guerra e da barbaridade e dos desastres naturais a abater-se sobre nós e, resistindo, voltar à luta e gritar: nunca seremos vencidos. Nunca iremos desistir!”, refere.
Henriques Afonso Dhlakama assume-se como candidato de todos os moçambicanos e considera que o país está farto do atual rumo.
“Tenho a absoluta certeza de que os moçambicanos querem mudar e estão fartos. Fartos de sofrer e ver morrer as suas crianças, de não ter o que comer, de não conseguir ter acesso a uma assistência digna na saúde, de não conseguir ter dinheiro para estudar e não ter emprego e de guerras e conflitos”, diz.
Está na altura, prossegue, de os líderes pensarem no povo e de abdicarem, caso não tenham capacidade de dialogar e agir.
O anúncio da candidatura presidencial de Henriques Dhlakama acontece depois de recentemente o filho do antigo líder do principal partido da oposição ter divulgado a intenção de participar na vida política ativa, “face aos pedidos insistentes por parte de atores políticos e sociais, nacionais e internacionais, bem como diversas fações da Renamo”.
Na mensagem, Dhlakama avança que “a decisão pessoal de participação na vida política ativa surge na sequência das divisões políticas no seio da Renamo”.
O filho mais velho de Afonso Dhlakama refere que é também movido pela “extrema apreensão” em relação à situação política e de segurança no país.
Afonso Dhlakama dirigiu a Renamo durante 39 anos e morreu em 2018.
A Renamo, atualmente dirigida por Ossufo Momade, ainda não se pronunciou sobre o anúncio de Henriques Afonso Dhlakama.
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