“A contribuição permitirá que o PAM apoie 32.000 pessoas deslocadas internamente através de assistência alimentar em espécie por um período de dois meses”, explicou a agência das Nações Unidas.
Os ataques armados na região “deslocaram até setembro de 2020 mais de 300.000 pessoas, que procuram refúgio nas províncias de Nampula, Niassa e Zambézia” e o PAM tem prestado assistência a cerca de dois terços, em colaboração com as autoridades locais e parceiros humanitários.
“A resposta consiste principalmente na distribuição de alimentos em espécie e senhas, no tratamento da desnutrição e comunicação para a mudança social e de comportamento”, detalhou o PAM.
Tom Edvard Eriksen, encarregado de negócios da Embaixada da Noruega em Moçambique, citado no comunicado, classificou como “uma grande tristeza” a situação em Cabo Delgado.
“Para nós, que cooperamos formalmente com Moçambique há mais de 40 anos, é uma grande tristeza ver todo um esforço de desenvolvimento colapsado, primeiro pelos ciclones Idai e Kenneth, que atingiram o país em março e abril de 2019, e agora, cada vez mais pela insurgência armada no norte de Cabo Delgado”, disse.
“A nossa atenção nos últimos tempos voltou-se para a difícil situação em Cabo Delgado. Também esperamos que, além do apoio alimentar, possam ser erguidas instalações necessárias para ajudar a prevenir a contaminação comunitária pela covid-19″, acrescentou.
Antonella D’Aprile, representante do PAM em Moçambique, teme que “os impactos negativos das mudanças climáticas, o deslocamento massivo de pessoas devido à insegurança e a crise da covid-19, tenham provocado uma crise humanitária complexa em Cabo Delgado”, referiu.
A diretora regional do PAM para a África Austral, Lola Castro, alertou na segunda-feira para a situação em Cabo Delgado.
A insegurança alimentar na província foi destacada como uma das situações mais “preocupantes” no mapa da África Austral durante uma conferência de imprensa com correspondentes estrangeiros na África do Sul.
“A ajuda nem sempre consegue chegar a alguns distritos do nordeste” e o PAM tenta encontrar alternativas para “alcançar os inacessíveis” e fornecer-lhes “ajuda alimentar, abrigo e proteção”, sublinhou.
Moçambique tem um total acumulado de 4.832 casos de COVID-19, com 31 mortos e 2.857 recuperados (59% do total).
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