Os membros da Renamo, que trabalharam com Daviz Simango no município da Beira e no MDM, exaltam as obras do político falecido na África do Sul, indicando que ele sempre trabalhou para a maioria.
Manuel Bissopo, antigo secretário-geral da Renamo, no primeiro mandato de Daviz Simango, eleito pela própria “perdiz”, era chefe de um dos postos administrativos na Beira. Mais tarde foi vereador das Finanças. Ele lamenta a morte do edil, que para ele era um homem que tomava decisões para o bem da maioria.
“O engenheiro Daviz Simango era uma pessoa com ideias muito naturais e com soluções para tudo, sempre a pensar no bem da maioria. Sempre admirei a forma como ele tomava as decisões. Tomava-as em função de resultados que ajudassem grande parte dos munícipes. Isto marcou-me bastante”, afirmou o político.
Para Manuel Bissopo, o trabalho do falecido edil o orgulhava. Daviz Simango Ele apostava em questões básicas como infra-estruturas, nomeadamente estradas, valas de drenagem e melhoria na recolha e tratamento de lixo.
“A Beira desenvolveu graças à sua maneira simples e honesta de tomar decisões em prol de todos. A democracia moçambicana também perde porque o presidente Daviz Simango sempre se preocupou, como líder de um partido, em ver um país cada vez mais robusto democraticamente e com ideias claras sobre como os moçambicanos deveriam se relacionar, apesar de pensarem de forma diferente”, contou o antigo secretário-geral da Renamo.
Por seu turno, Geraldo Carvalho, um dos membros fundadores do MDM, em 2009, e que retornou à Renamo há cerca de dois anos, admirava Daviz Simango pela sua determinação, “coragem e, sobretudo, inteligência. Daviz Simango era destemido”.
“Nada lhe impedia de avançar com uma ideia, desde que a mesma fosse para o bem dos munícipes. Ele sempre avançou com aquilo que pensavam e conseguia bons resultados. Dou como exemplo a decisão de se avançar para as eleições autárquicas em todos os municípios nas circunstâncias que o partido vivia, sem fundos e nem apoios externos, mas ele avançou e conseguiu-se, na altura, bons resultados. Era uma pessoa muito determinada”, contou Geraldo Carvalho.
Os régulos da cidade da Beira enalteceram igualmente as obras de Daviz Simango e apontam com satisfação o facto de o mesmo ter contribuído para o resgate das estruturas tradicionais. Pediram aos beirenses para se manterem unidos em torno das obras do malogrado.
Pedro Simão, um dos líderes tradicionais da cidade da Beira, que responde por 12 bairros, que nos últimos 16 anos trabalhou sempre em coordenação com a autarquia, começou por lamentar a morte de Daviz. Recordou com satisfação uma das acções que mais alegrou o regulado.
“Ele acabava de ser eleito como presidente do município pela Renamo. Entrou em contacto connosco e garantiu que iria apoiar o regulado. De facto, em menos de seis meses encomendou do vizinho Zimbabwe fardamentos para todos os líderes tradicionais e as suas respectivas insígnias. De seguida, garantiu um subsídio para os régulos, transporte e telefones para a nossa comunicação. Um gesto muito nobre que contribuiu para dignificar o regulado na cidade. Aliás, este gesto do Daviz Simango contribuiu para em todas as outras partes do país os régulos passarem a ser reconhecidos”, contou o interlocutor.
Os régulos da cidade da Beira pediram aos beirenses para saberem honrar, preservar os ideais e iniciativas de Daviz Simango.
“Nós os beirenses devemos com muita dedicação continuar com as obras iniciadas pelo nosso presidente e, sobretudo, saber preservar o que ele deixou já feito. Ele deixou um projecto de construção de 25 mil casas para jovens. Estivemos lá na cerimónia de lançamento, que muito nos animou, pois, os nossos filhos pelo menos terão infra-estruturas resilientes. Temos que dar seguimento a esta iniciativa”, pediu Gemude Fernando, outro régulo da Beira.
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