Em Itoculo há quem come ervas semelhantes ao capim devido à fome

13:58

 Itoculo é um dos dois postos administrativos do distrito de Monapo, na província de Nampula. Há umas semanas, em algumas comunidades deste pontos país ouve-se falar sobre fome severa. Nas redes sociais, imagens viralizam retratando o drama de famílias sem alimentos e, por isso, recorrem a ervas para fintar a fome. A situação é de cortar à faca.



“São algumas ervas. Segundo aquilo que apuramos no terreno, são ervas que as pessoas recorrem sempre que há problemas de alimentos. E quando questionamos, disseram-nos que seus antepassados, avós e bisavós sempre recorreram a essas ervas”, confirmou Américo Adamugi, administrador do administrador de Monapo.


Adamugi que falava ao “O País”, através de uma chamada telefónica, explicou que as referidas ervas não são habituais para o consumo humano, tanto é que não se sabe sobre o risco que podem causar ao organismo.


“Bom, prejudiciais podem ser, porque não é um alimento que, habitualmente, deve se consumir”, afirmou o dirigente.


Adamugi explicou ainda que após ter tido a informação sobre a situação, o governo do distrito mobilizou uma equipa que foi às famílias afectadas pela falta de alimentos e ofereceu diversos produtos. O administrador garantiu que não há registo de casos de quem terá tido problemas de saúde, ou mesmo perecido, na sequência da realidade que se vive.


No entanto, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) diz não ter informações sobre a situação vivida pelas famílias afectadas pela fome, em Itoculo.


“O País” ouviu a presidente do órgão, que revelou apenas haver uma equipa na província de Nampula, para averiguar sobre o que tem sido veiculado.

“Nós não temos ainda essa informação”, disse Luisa Meque, que depois de insistências assumiu haver uma “equipa no terreno”.


“Há uma equipa multidisciplinar que está a fazer o trabalho. Depois da equipa técnica estiver a trabalhar é que vão nos dizer, efectivamente, o que é que estão a fazer”, afirmou Meque, presidente do INGD.


Questionada sobre o número das famílias afectadas pela fome severa, Meque disse: “Se nós falarmos de números estaríamos a dizer coisas erradas. Poderíamos deixar a equipa que está no terreno a trabalhar”.


Para além de Itoculo, em Monapo, “O País” apurou que em alguns pontos de Nacala-a-Velha, também em Nampula, há famílias vivem o drama da fome severa.

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