Faltam mais de 25 mil salas de aula para o sector da Educação no país e quatro mil e oitocentos alunos estudam ao ar livre. Os dados foram revelados pela ministra do pelouro que aponta a Estatística como ferramenta essencial para a resolução do problema.
A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, foi convidada para receber os exemplares dos livros sobre a Estatística para o Ensino Primário das mãos do Instituto Nacional de Estatística (INE) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a População, numa cerimónia que desenhou o quadro das infra-estruturas escolares no país. A governante revelou que Moçambique conta, pelo menos, com 4.800 alunos que estudam ao ar livre, por causa da falta de carteiras.
“Nós temos um défice, no nosso país, de cerca de 25.800 de salas de aula. A situação é preocupante, mas nós temos a certeza de que, com o INE, vamos trabalhar para que, futuramente, possamos gerir melhor o nosso sistema educacional”, apontou Carmelita Namashulua, ministra da Educação e Desenvolvimento Humano.
A inexistência ou má interpretação dos dados estatísticos é que podem estar por detrás do problema que podia ser evitado. “Entendemos que estamos a passar por dificuldades económicas e sociais que enfrentamos no nosso país, mas, se calhar, se pudéssemos aprimorar a Estatística, melhoraríamos ainda mais os dados da Educação, não só em termos de infra-estruturas escolares, mas também em professores, porque há turmas numerosas e existe muita pressão”, reconheceu Carmelita Namashulua
A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano vai mais longe e diz que as turmas chegam até 150 alunos e não são “humanamente geríveis e, com a situação da COVID-19, é extremamente difícil”.
A Presidente do INE considera que os livros de Estatística são destinadas às crianças do Ensino Primário com o objectivo de estimular o gosto pelos números.
“Há necessidade de dar seguimento a este segmento que congrega os cidadãos do amanhã e, nesta perspectiva, produzimos a brochura infantil focada na criança do Ensino Primário e possui informações estatísticas sobre a criança e na sua linguagem”, indicou Mónica Magaua, Presidente do Instituto Nacional de Estatística.
Por sua vez, o Fundo das Nações Unidas para População acredita que só com pessoas instruídas é que se vai garantir que a educação sexual abranja mais crianças e jovens. Este material didáctico é um passo bem dado.
“A disseminação desses dados do censo com ênfase nas crianças e jovens é importante para garantir os compromissos de Moçambique quanto à educação sexual abrangente e pertinente integração no Plano Estratégico (2020-2029) assim como no respectivo Plano Operacional (2020-2022) do sector da Educação”, sustentou Andrea Wojnar, representante do Fundo das Nações Unidas para População.
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