Recuperados da COVID-19 podem desenvolver problemas respiratórios

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 Uma em cada 10 pessoas que sofreram da COVID-19 vive com as sequelas da doença durante 12 semanas seguintes e, em muitos casos, a situação dura mais tempo do que isso. Esta foi a conclusão a qual a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou em finais de Fevereiro, alertando que “ as pessoas que dela sofreram precisam de cuidados continuados e prolongados”.



Mas esses cuidados não têm sido prestados aos recuperados da pandemia, incluindo em Moçambique, segundo confirmou ao “O País”, Tereza Tiago, médica fisiatra e directora do Departamento de Medicina Física e Fisioterapia, no Hospital Central de Maputo.


“Essa dificuldade respiratória pode ser em repouso, pode ser para quem faz um pequeno esforço ou pequenas actividades”, explica a médica, que exemplifica: “pode ser que o paciente pretenda vestir ou ir a casa de banho, mas se canse com facilidade e tenha dificuldades para respirar”.


Por outro lado, fazem parte das sequelas da pandemia, a perda de força nos braços ou nas pernas, o que afecta os movimentos. Estamos a falar de “diminuição de força nos membros superiores, diminuição de força nos membros inferiores ou mesmo diminuição de força nos quatro membros”, diz.


Entretanto, esses problemas podem ser tratados com fisioterapia após a recuperação do doente. As vítimas devem ser levadas para a unidade sanitária, “que é para as reabilitarmos, fortalecendo os músculos, no seu todo. Há alguns que já não andavam e temos que fazer a reabilitação da marcha, mas as reacções dependem, porque cada caso é um caso”, alerta, vincando que “há quem precisa de reabilitação motora ou respiratória, em função do quadro grave ou moderado”.


Mas, desde o início da pandemia, há mais de um ano, nenhum paciente recuperado e com sequelas foi encaminhado para o ginásio do departamento de fisioterapia do Hospital Central de Maputo. A responsável assume que pode ser por desconhecimento da necessidade de tratamento por parte dos médicos e dos pacientes, por isso apela que “Os pacientes sejam encaminhados a consulta de fisioterapia, ou seja, de reabilitação, para que os mesmos possam receber recomendações de como fazer o tratamento, por forma a recuperar das sequelas desta doença”. Contudo, porque vivemos um período de restrições, por agora apenas são admitidos para exercícios de fisioterapia, casos de sequelas graves.


 

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