Passam, hoje, 46 anos da criação da Polícia da República de Moçambique, cuja função é garantir a segurança e a ordem públicas, bem como combater as infracções à lei.
O juramento à bandeira representa um compromisso com a causa nacional. De dia ou de noite, na rua ou no escritório, a polícia leva às costas milhões de moçambicanos e tem a obrigação de zelar pela segurança de cada um deles, não importa em que circunstâncias.
E foi debaixo do sol intenso, em plena as 14 horas de sábado que “O País” encontrou Oxana Cuco, de calcas azuis, camisa branca e colete laranja com a escrita Polícia de Trânsito no meio da estrada a orientar o tráfego intenso da cidade capital do país.
Há sete anos exerce a profissão de baixo da chuva ou do sol, orientando os carros e os peões a seguirem para os seus destinos com segurança. Com o olhar sempre atento para que nenhum incidente aconteça, e com os dois braços sempre em movimento, um que manda parar os carros e outro que manda avançar, Oxana diz-se orgulhosa do trabalho que faz.
“Sempre tive o sonho de ser polícia, via meu tio quando criança a exercer a profissão e a resolver os problemas das pessoas, aquilo me alegrava e me dava vontade de ser como ele, segui os passos dele e hoje estou aqui, a fazer o que gosto”, contou a agente de trânsito.
Diariamente, na estrada, vários são os desafios enfrentados por Oxana, de condutores que não respeitam a lei, e ela como autoridade, talvez pelo facto de ser melhor, mas ainda assim, nada a faz desistir.
“A profissão tem os seus dissabores também, corremos muitos riscos aqui, são condutores que não respeitam as regras, mandamos parar e não parar, as vezes corremos o risco de sermos atropelados e há até quem nos ameaça, quando passamos multa ou por qualquer outro motivo”.
Segundo a fonte, por várias vezes seus colegas morreram durante o exercício do seu trabalho, mas ainda assim com bravura, segue firme defendendo a bandeira “nós juramos a bandeira, qualquer coisa que for acontecer connosco no meio da profissão será honrado a bandeiram, esta é a nossa missão, nos entregamos e devemos cumprir”, afirmou a agente.
Carlos Arouca é polícia há mais de 46 anos, ou seja, já defendia o país antes da independência, na Tanzânia como militante clandestino, hoje as rugas e o cabelo branco conservam as aventuras de um dos primeiros polícias do país.
Segundo conta, em 1974 Arouca regressou ao país e após a independência foi nomeado o primeiro comandante distrital da polícia em Nacala.
“Voltei para Maputo porque tinha que estudar no Centro de Formação de Polícias em Michafutene, actual ACIPOL, fui um dos primeiros policias a estudar lá, nós é que inauguramos, no encerramento esteve o Presidente Samora Machel”, contou.
Após os estudos, foi comandante distrital em Niassa. Quarenta e seis anos depois, o comandante Arouca, na reserva desde 2010, lembra de alguns momentos difíceis, que conseguiu superar.
“ A guerra dos 16 anos foi um dos momentos muito difíceis, perdi muitos amigos e pensava quando seria a minha fez, eles foram heróis, morreram a fazer o que juraram, defender a pátria”, o agente da Reserva, diz ainda que “durante o trabalho, já fui ameado várias vezes e uma delas foi um colega que apontou-me uma arma na cabeça porque acabei com esquema ilegal dele”.
Ser polícia é algo que lhe traz honra, tanto que os seus filhos também decidiram entrar na corporação. Todavia, Carlos lamenta o aumento da criminalidade no país, com destaque para o terrorismo em Cabo Delgado e os sequestros, por segundo a fonte, não foi para isso que eles lutaram durante os anos de trabalho na corporação.
A PRM tem como departamentos principais o Comando da Polícia de Protecção; o Comando da Polícia de Trânsito; Comando da Polícia de Guarda – Fronteira e o Comando das Forças Especiais e de Reserva.
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