Ex-Presidente do Peru Alan Garcia, deixa carta de despedida antes de suicidar -se

11:52

O ex-presidente do Peru Alan Garcia, que morreu na quarta-feira, depois de ter disparado sobre si mesmo quando ia ser detido, rejeitou as acusações de corrupção de que era alvo, numa carta de despedida tornada pública esta sexta-feira.
Ex-Presidente do Peru Alan Garcia, deixa carta de despedida antes de suicidar -se


 “Vi outros passarem algemados, testemunhas da sua existência miserável, mas Alan Garcia não terá que sofrer essas injustiças e esse circo”, escreveu o antigo chefe de Estado numa carta de despedida dirigida aos seis filhos e lida por uma das filhas nas cerimónias fúnebres em Lima, de acordo com a Agência France Presse.
O ex-Presidente do Peru Alan Garcia morreu na quarta-feira num hospital de Lima devido a um disparo na cabeça que autoinfligiu quando ia ser detido por alegados crimes de corrupção relacionados com o caso da construtora brasileira Odebrecht.
“Não houve e não haverá conta (ilícita), suborno, enriquecimento. A história é mais valiosa do que qualquer riqueza material”, escreveu Alan Garcia na carta de despedida.
Presidente entre 1985 e 1990 e entre 2006 e 2011, Garcia, de 69 anos, morreu enquanto era operado no hospital Casimiro Ulloa, para onde foi transportado pelos agentes da polícia que se tinham deslocado a sua casa para o prender.
“Tendo cumprido o meu dever na política e em ações a favor do povo, tendo alcançado metas que outros povos ou governos não conseguiram, não tenho que aceitar humilhações”, lê-se ainda na carta de Alan Garcia.
O antigo presidente do Peru escreveu ainda que deixa aos filhos “a dignidade” das suas decisões. “Aos meus companheiros um sinal de orgulho e o meu cadáver como sinal do meu desprezo pelos meus adversários, porque já cumpri a missão que me dei”, acrescentou.
A tentativa de suicídio ocorreu quando agentes da Divisão de Investigação Criminal de Alta Complexidade foram a casa de Alan Garcia, proibido de sair do país desde 2018, para garantir o cumprimento de 10 dias de prisão preventiva, ordenada pelo poder judiciário.

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